sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CHIC





Tudo o que você queria saber sobre o Rio Summer
08.08.2008


Vender o lifestyle carioca/brasileiro para o mundo. Esse é o objetivo de Nizan Guanaes, o idealizador do Rio Summer, evento que vai lançar, entre os dias 5 e 8.11, as coleções de alto verão de 17 marcas brasileiras.

Para Nizan, um dos mais importantes publicitários do país, vender estilo não é suficiente. Ele quer criar uma marca: fazer do Rio a capital da moda praia no mundo – “algo que deveria ter sido feito há anos”, opina Robert Forrest, consultor de moda internacional.

Hoje, essa posição é ocupada por Miami, nos EUA. A feira de negócios local, a Miami Swimshow, existe há 26 anos e conta com 350 expositores e 2 mil compradores de quase 50 países. As brasileiras Poko Pano e a Cia. Marítima desfilam na semana de moda paralela à feira, a Mercedes Benz Fashion Week Swim Miami, completamente focada em biquíni.

O clima é de eterna festa, mas sem ostentação. "As passarelas são montadas na areia ou na piscina do Hotel The Raleigh e algumas apresentações contam com coquetéis antes ou festas depois", conta Cora Cristina, gerente de exportação da Poko Pano. Detalhe: as cavas são adaptadas ao mercado internacional, assim como na Cia. Marítima. "Não acredito que o Rio Summer vá diminuir a força de Miami. Ambas têm foco mais comercial, mas lá é só biquíni e, aqui, moda de verão brasileira", opina Flávia Vagen, coordenadora de marketing da Cia. Marítima.

Enquanto isso, no Brasil... Apenas 9% da linha praia é exportada. “Como, então, Nizan vai atingir sua meta?”, você há de se perguntar. Com um evento bem nos moldes do de Miami – mas de fazer o queixo do Cristo Redentor cair! Acompanhe os fatos sobre o Rio Summer e entenda melhor por que este evento promete.


. Um time de peso foi escalado para o staff, que conta com os bem relacionados Robert Forrest e Cacá de Souza, que trabalhou com Valentino. Donata Meirelles, diretora de compras internacionais da Daslu e esposa de Nizan; Amir Slama, presidente da Abest (Associação Brasileira de Estilistas), a publicitária Fernanda Abdalla e o produtor de eventos Carlos Pazetto também estão entre eles.

. Como o objetivo é garantir projeção em nível planetário, serão convidadas as mais importantes celebridades e modelos, e os mais significativos compradores e editores de moda do mundo. Até Kate Moss, corre por aí, foi sondada. “Não quero Big Brother Brasil, com todo respeito”, arriscou Nizan na coletiva de imprensa que aconteceu nesta semana.

. As grifes que representam o lifestyle carioca/brasileiro, neste momento, são Adriana Degreas, Blue Man, Carlos Miele, Cia Marítima, Cris Barros, Iódice, Isabela Capeto, Jo de Mer, Lenny, Osklen, Patrícia Viera, Raia de Goeye, Rosa Chá, Salinas, Totem, Triya e 284 – esta última, uma estreante que leva na criação a mão de Donata. Olho no cliente: "Em Miami, os biquinis que desfilamos têm modelagem específica para o mercado externo. No Rio Summer, faremos o mesmo, já que o evento é completamente focado nos compradores internacionais", conta Flávia.

. “Não quero reduzir o evento à moda praia”, enfatiza Nizan. Por isso, as coleções mostradas vão ser de alto verão – o equivalente às cruise collections do exterior. Segundo Forrest, 40% das vendas de alto verão dos grandes magazines internacionais são de roupas de “piscina”, daí o enfoque nas grifes que não são de banho.

. Algumas outras marcas chegaram a ser convidadas mas, no último momento, foram gentilmente desconfirmadas. Neon, Pelu e Reinaldo Lourenço são algumas delas. Segundo a versão oficial, para não sobrecarregar a grade de apresentações – os top convidados devem vir para sentir a cidade também. A idéia é que o casting cresça a ponto de receber nomes de fora.

. Nizan encheu a boca para dizer que o investimento inicial é de R$ 10 milhões, dos quais R$ 8 milhões já foram levantados. É bom que esteja, já que o esquema é de alto nível. Os convidados vips vão se hospedar no Hotel Fasano, já fechado para a ocasião. É também lá que ficam os showrooms das marcas participantes – “Vai dar para fechar negócios até na piscina”, disse Nizan.

. As apresentações, no Forte de Copacabana, contam com duas tendas de desfiles. As salas, menores do que o usual (a maior tem capacidade para 400 pessoas), têm design que lembra, levemente, a arquitetura de Niemeyer. É intencional, segundo o publicitário. “Todas as idéias que o Brasil produziu de notável têm na raiz a visão de que podemos misturar o que há lá fora com o DNA nacional, como a Bossa Nova”.

. A frase acima parece ter norteado o planejamento do evento, já que as apresentações das marcas podem acontecer em formato de desfile, happening, festa, instalação e o que mais inventarem. O que interessa é mostrar que, aqui, a gente sabe “festar”, mas que ninguém está à toa não.

. Paulo Borges foi sondado pelo empresário para fazer parte do projeto. Ainda sem resposta. “Estou galinhando ele publicamente”, brincou. “Não há concorrência aqui. A moda brasileira não seria o que é sem o Paulo. O setor precisa se unir e desenvolver seus ícones para ganhar o mundo”, discursou. “Este não é um evento local, mas nacional”, finalizou em grande estilo.


Reportagem: Gilberto Junior, Milene Chaves e Vitória Guimarães

forte de copacabana

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